Estes são os carros que ficaram em produção por mais tempo
Os fabricantes lançam os carros com um ciclo de produção definido, para ter o retorno do investimento e depois chegar com alguma novidade para o público voltar às concessionárias. Mas a indústria nem sempre funciona dessa forma, era comum que alguns carros ficasse em produção por algumas décadas.
Os motivos que provocam isso são variados: recessões econômicos, gerência incompetente, falta de concorrência ou fidelidade extremamente alta. Também é comum que um carro saia de linha em países mais ricos e seu ferramental seja enviada para um emergente.
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Se você tinha curiosidade de saber quais carros ficaram em produção por mais tempo, essa lista vai acabar com ela. E, claro, o Brasil faz parte dela.
1. Morgan 4/4 — 82 anos

O carro que ficou em produção por mais tempo no mundo foi um esportivo. A Morgan é um tradicional fabricante britânico de roadsters, conhecida por usar madeira freixo em algumas partes da carroceria.
O 4/4 foi o primeiro carro de quatro rodas da marca e também o primeiro a não usar motor de motocicleta. Ele foi lançado em 1936 e passou por várias evoluções até sair de linha em 2019.
Seu primeiro motor foi um Coventry Climax 1.1, de apenas 34 cv. Já na versão final era usado o 1.6 Sigma da Ford, o mesmo do último Fiesta brasileiro, com 112 cv para levar apenas 795 kg,
Ele saiu de linha sem deixar um sucessor direto. O carro de entrada com quatro rodas da Morgan hoje é o Plus Four, que utiliza motor 2.0 turbo da BMW com 259 cv.
2. Volkswagen Fusca — 65 anos

O Fusca é um carro com uma origem tenebrosa, mas conseguiu virar o jogo durante sua longa carreira. Ele nasceu do anseio de Adolf Hitler para criar um carro popular, que fosse capaz de levar as famílias alemãs pelas novas autobahn feitas por sua gestão.
A criação do Fusca foi nebulosa, com várias histórias sobre quem realmente fez o projeto. Os créditos foram para Ferdinand Porsche, um engenheiro genial que mais tarde viria a fundar um fabricante de esportivos.
O Fusca nasceu em 1938 como KdF-Wagen. Seu desenho seguia a moda streamline da época, com linhas aerodinâmicas. O motor era um quatro cilindro boxer refrigerado a ar e montado na traseira.
Com o fim da guerra, o britânicos ocuparam a Alemanha e ajudaram na reconstrução do país. A KdF se tornou a Volkswagen que conhecemos hoje, nome que significa “carro do povo” em alemão.
O pequeno besouro se popularizou pelo mundo durante os anos 50, por ser robusto, valente como um jipe e o motor refrigerado a ar exigia pouca manutenção. Nos anos 60 ele virou símbolo da contracultura nos EUA. O carro criado por nazistas virou o carro dos hippies.
No Brasil foi apelidado como Fusca, que virou nome nos anos 80. A produção entre 1938 e 2003 foi ininterrupta em um escopo geral, mas não nas mesmas fábricas. A última foi a do México, onde o carro era muito usado como táxi.
3. Volkswagen Kombi — 64 anos

Um furgão derivado do Fusca foi sugerido por Ben Pon, representante da Volkswagen na Holanda. A posição de dirigir avançada liberou todo o entre-eixos para ser uma área de carga, com o motor traseiro ocupando uma porção pequena.
Por ter as mesmas medidas do Fusca, a Kombi era tão fácil de manobrar quanto o besouro. Ela começou a ser produzida na Alemanha em 1949, no Brasil a produção iniciou em 1953.
O Brasil foi o responsável pela Kombi ter durado até 2013, quando saiu de linha devido a obrigatoriedade de airbags dianteiros e freios com ABS para os carros produzidos a partir de 2014. A Volkswagen chegou a considerar adaptar esses equipamentos no furgão, mas achou que não valia a pena.
Na Europa a Kombi evoluiu com novas gerações, com a Transporter. A versão atual é a sexta geração e fica posicionada como um furgão médio, aos moldes do Citroën Jumpy.
4. Morris Oxford Series III/Hindustan Ambassador — 49 anos

O Morris Oxford foi uma série de sedãs familiares compactos da marca britânica. A sua terceira série, lançada em 1956, durou três anos na Inglaterra, até ganhar um desenho novo.
Seria um carro bem esquecido se sua produção não fosse para a Índia em 1957. Lá ele foi chamado de Hindustan Ambassador e foi produzido até 2014.
O sedã encontrou seu espaço nas ruas da Índia como táxi, por ser espaçoso. Ele foi recebendo atualizações para ficar moderno, que a cada ano destoava mais da carroceria dos anos 50.
O fim do Hindustan Ambassador começou em 2011, quando começou a ser banido do uso como táxi em algumas cidades devido as emissões altas. Ele saiu de linha em 2014.
5. Lada Niva — 48 anos e contando

As normas de emissões e de segurança dos últimos anos foram responsáveis por tirar de linha vários carros longevos. O Fiat Mille, o Chevrolet Classic, o Nissan Tsuru, a VW Kombi, o Hindustan Ambassador e outros foram vítimas dessas exigências.
Mas existe um carro que é produzido desde 1977 e segue em linha até hoje sem prazo para terminar: o Lada Niva. Esse jipe criado na União Soviética sobreviveu a Guerra Fria e ainda sai zero km da fábrica de Togliatti, na Rússia.
Duas gerações diferentes do Lada Niva são produzidas hoje, a original com desenho de 1977 é chamada de Legend. A segunda, chamada de Travel, possui desenho dos anos 90 e quatro portas, mas por baixo da casca é o mesmo do irmão mais velho.
O Lada Niva foi um carro bastante inovador: ele foi o primeiro utilitário 4×4 com carroceria monobloco e suspensão dianteira independente. De certo modo, ele é o pai dos SUVs modernos, mas sem perder a tração 4×4 com reduzida.
A carroceria de metal protegia os ocupantes do frio russo melhor que o jipe Uaz 469, que usava capota de lona. O porte menor do Niva também era mais apropriado para o uso urbano.
O Niva Legend atual recebeu para-choques integrados, rodas de liga leve e algumas modernizações no interior. O motor segue o 1.7 de origem soviética, mas agora possui injeção eletrônica.
Com as sanções impostas contra a Rússia após o início dos conflitos contra a Ucrânia, a Lada relaxou o controle de emissões de seus carros. Por enquanto, o Niva seguirá em produção como conhecemos por um bom tempo.
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